Cristo Redentor, a nossa maravilha do mundo moderno.

Com 90 anos desde sua inauguração, o Cristo é uma obra importantíssima da engenharia brasileira. Você consegue imaginar construir algo de tamanha magnitude somente com o maquinário disponível em 1922?

O ponto turístico mais emblemático da cidade maravilhosa é com certeza o Cristo Redentor. Concebido pelo engenheiro e arquiteto Heitor da Silva Costa, esse monumento de 38 m de altura fica localizado no topo do Corcovado e é uma parada obrigatória para aqueles que vão fazer turismo pela cidade, mas…

A foto acima foi tirada durante a construção do monumento.

Você já parou para pensar em como foi a construção dele?

A obra começou a ser planejada a exatamente 100 anos atrás, no ano de 1921. Necessitou-se de permissão tanto do governo quanto de entidades religiosas para começarem a construí-la. Para projetá-la foram convocados o artista plástico brasileiro Carlos Oswald, responsável pelo design final, e o escultor polonês Paul Landowski, que modelou as peças que compõem a estrutura.

Na imagem acima, pode-se observar Silva Costa, sentado, e Levy, o terceiro da esquerda para a direita, rodeados por artistas e técnicos franceses. Houve um grande rol de colaboradores de diversos países, principalmente europeus, no projeto e na construção do Cristo. 

Um monumento de dupla cidadania

Na parte da construção, uma equipe de quase mil pessoas entre engenheiros, arquitetos e operários foi dirigida pelo engenheiro Heitor Levy. 

Desafios ambientais

Se fosse construído nos dias de hoje, provavelmente levaria mais tempo para conseguir avais e resolver a burocracia de se construir em uma área de mata nativa do que a construção de fato. Como não havia leis de preservação ambiental na época, a escolha de localização foi privilegiada. 

Considerou-se três lugares para o Cristo Redentor: o Pão de Açúcar, o Morro Santo Antônio e o Corcovado. Pelos seus esplêndidos arredores, marcados pela imensa presença da mata atlântica, o cristo acabou sendo construído no topo do Corcovado.

Acima, é possível observar o Corcovado antes da construção. Depois de tantos anos, parece que eles são um só, não é? Chega até a ser estranho ver ele sem o Cristo em seu topo.

A obra foi um grande desafio devido à localização, iniciou-se em 1926 e terminou 5 anos depois em 1931. Além dos problemas climáticos, existiam os de logística. O canteiro de obras continha apenas 15m de diâmetro, acabou sendo dividido em dois e os materiais chegavam no local através de um trem que percorre o morro até hoje. Para construí-la, usou-se concreto armado, que era uma novidade no Brasil em 1920, e fincaram vigas na rocha do platô. Devido ao seu tipo, foi preciso dinamite para perfurar a rocha, e os estilhaços foram chumbados para dar mais sustentação.

Simbolismo ou técnica?

Muitos acreditam que o Cristo foi construído olhando para baixo para simbolizar que ele está cuidando da cidade, porém existe um motivo técnico que explica a inclinação de sua cabeça. O idealizador do monumento, Silva Costa, percebeu que a estátua precisava de uma pequena inclinação de 5 graus para frente, próximo da cabeça, para resistir melhor à velocidade do vento, que no corcovado pode atingir até 100km/h. Os braços foram projetados com leves inclinações pelo mesmo motivo e sendo um mais comprido que o outro em 60 centímetros.

Vista do monumento Art Deco do Cristo Redentor, na montanha do Corcovado no Rio de Janeiro.

Apesar de não ser muito lembrada quando olhamos para o Cristo, a engenharia está presente nele da cabeça aos pés. Sua imponente magnitude encanta qualquer pessoa, por isso tornou-se um destino mundial.

É uma obra perfeita, uniu engenharia, arquitetura, design e escultura num só empreendimento. Não é à toa que é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno!

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